PERFIL DOS USUÁRIOS DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DA RAPOSA/MA

Abstract

Estudo do tipo descritivo com abordagem quantitativa realizada no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Raposa-MA, com o objetivo de estudar o perfil clínico e sócio-econômico dos seus usuários. Fizeram parte dessa pesquisa 63 pacientes admitidos para tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo no período de setembro a dezembro de 2005 e que continuaram vinculados ao serviço até julho de 2006. Os dados foram coletados através de um questionário semi-estruturado individual aplicado pelas pesquisadoras no CAPS e na residência dos pacientes/familiares quando necessário, além de pesquisa em prontuário. Os resultados demonstraram que sua maioria é do sexo masculino (50,8%), na faixa de 36 a 55 anos (43%), com predominância de cor parda (69,8%) e religião católica (61,9%). No aspecto sócio-econômico revelou-se que: a maioria possui renda (54%), decorrente de ajuda familiar (48,4%), com renda individual de um salário mínimo (38,2%) e renda familiar de 1 a 2 salários mínimos (65,7%). A maioria reside em casa própria (92,1%), de tijolo (79,4%), com 5 ou mais residentes (38,1%), com familiares (90,4%), podendo contar em situação de risco com os familiares (87,3%). A escolaridade mais freqüente foi ensino fundamental incompleto (44,5%), em sua maioria autônomos (pescador, doméstica, carroceiro, lavrador)(33,3%). No aspecto clínico verificou-se predominância nas perturbações neuróticas relacionadas com estresse (25,4%), seguidos de perturbações do humor (23,8%), esquizofrenias (23,8%) e perturbações devido ao uso de substâncias psicoativas (22,2%). Os sintomas mais referidos foram: ansiedade, alucinações, delírios, agitação, confusão mental, insônia, medo (69,8%). Quanto ao tratamento: 85,7% já se submeteram a tratamentos anteriores, com início de 1 a 5 anos (40,7%), do tipo ambulatorial e hospitalar (59,3%). A opinião dos usuários sobre o CAPS foi em sua maioria boa (65,1%). Diante desses resultados conclui-se que foi relevante o estudo do perfil desses usuários para planejamento e elaboração de projeto terapêutico adequado para essa comunidade, de acordo com a política nacional de saúde mental, que visa à inclusão social para o fortalecimento da rede comunitária e especializada para essa população economicamente menos favorecida e geograficamente distante dos centros urbanos.