Abstract:
Pensar o desamparo como um agravante no processo do adoecer nos levou a fazer um paralelo entre o pensamento de alguns teóricos e o sofrimento humano experimentado pela população mais carente quando precisa dos serviços públicos de saúde em um país de necessitados, onde o sofrer na doença parece agravar-se diante da falta do amparo prometido através das diversas legislações e que muitas vezes não se faz presente no dia-a-dia do cidadão. Diante da imensa desigualdade social existente no Brasil resolveu-se pesquisar a relação desamparo/doença no processo de adoecer entre os usuários dos serviços de saúde pública em São Luís – MA. Para esta pesquisa fez-se um estudo qualitativo através de entrevistas abertas. Realizou-se o trabalho de campo no Centro de Saúde Dr. Genésio Rego localizado no bairro da Alemanha onde foram entrevistadas seis pessoas, sendo cinco do sexo feminino e uma do sexo masculino. Iniciou-se o trabalho questionando o acesso aos serviços de saúde e de que forma a população mais carente lida com as dificuldades a esse acesso e de que forma isto poderia se caracterizar como uma falta que teria implicações no processo de adoecimento do sujeito. Percebeu-se nas histórias dos entrevistados a existência de faltas, tais como: assistência, atendimento, atenção, recursos, os quais implicam não só os profissionais da área como as instituições de saúde e os poderes público municipal, estadual e federal. Através desta pesquisa, objetiva-se sensibilizar a todos os profissionais de saúde, as autoridades envolvidas nas políticas de saúde e os poderes administrativos a perceberem que atitudes inerentes ao ser humano como afeto e atenção podem funcionar como ações preventivas no processo de saúde-doença.
