Abstract:
A drogadição consiste em um complexo problema de saúde pública na atualidade. Falar de
drogas na adolescência e discutir o processo saúde/doença exige uma reflexão sobre como a
droga foi encarada ao longo da história, suas implicações fisiopatológicas e sociais e as
políticas públicas vigentes. A fim de contribuir com a discussão desta problemática, realizou-
se um estudo bibliográfico, considerando a fragilidade característica desta fase da vida, os
problemas sociais envolvidos e principalmente o impacto causado na saúde. Este trabalho visa
a contribuir para a análise de Programas de Políticas Públicas para adolescentes considerados
em "situação de risco", enfatizando a relação entre as diretrizes e concepções presentes nas
Políticas Públicas e as práticas nos programas de atendimento a adolescentes. Destaca-se a
importância de identificação das abordagens vigentes nesses programas, se consideram a
singularidade dos sujeitos, com suas realidades sócio-econômico-culturais, bem como a
fragilidade característica do processo adolescente ou se, ao contrário, caracterizam o
adolescente como um "problema social", necessitando de redirecionamento e conformidade
aos valores sociais vigentes. São apontadas algumas das especificidades e implicações que
tais posturas teóricas têm na abordagem do caso da drogadição, quer em nível das práticas de
assistência, quer em nível investigativo. Ressalta-se, finalmente, a importância da busca por
uma compreensão integradora do adolescente, em nossa cultura, como um meio para a
proposição de políticas e ações que não o reduzam a uma "categoria de risco".