Abstract:
O presente trabalho apresenta um levantamento histórico, documental e bibliográfico referente à história da Reforma Psiquiátrica com o objetivo de traçar as possíveis consequências sobre o cuidado do doente mental na família, cuja metodologia utilizada para a elaboração do estudo concebeu-se pela revisão de literatura. Observa- se então, a partir da análise dos dados coletados, que na história da civilização ocidental a loucura é de certa forma mascarada pelo termo doença mental, adquirindo referências ora positivas, ora negativas, levando-nos a refletir sobre a distância da razão e não-razão, da frágil linha que separa a saúde da doença. Foram várias as formas de conceber a presença dos loucos: de alguém com desvio de comportamento e personalidade, de alguém considerado violento e perigoso ou aquele com possessões demoníacas, a aqueles que se tornaram alvos de inspiração para a produção de manifestações artísticas e culturais. Tratada então como patologia, a loucura ganha ascensão no cenário mundial e passa a ser alvo de estudos e investimentos na área da saúde mental, o que desencadeou um processo de mobilização no sentido de rever a forma assistencial ao sofrimento psíquico, gerando movimentos de contestação em prol da Reforma Psiquiátrica, cujas transformações desencadearam uma profunda repercussão nas comunidades e, especialmente, na vida da mulher, como principal cuidadora do portador de transtorno mental.