CONSUMO DE ÔMEGA 3 E SEUS POTENCIAIS ANTI-INFLAMATÓRIOS COMO RECURSO NA ATIVIDADE FÍSICA

Abstract

A prática de atividade física, principalmente intensa, pode levar ao aumento de substâncias inflamatórias e alterações no sistema imune. A busca constante por substâncias com propriedades benéficas para os praticantes de atividade física proporcionou ao aumento de estudos sobre os ácidos graxos ômega-3 e sua função anti-inflamatória. O presente trabalho teve como objetivo reunir evidências acerca da utilização dos ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (AGPI-n3) e dos seus potenciais anti-inflamatórios na atividade física existentes na literatura. Trata-se de uma Revisão bibliográfica, na qual foram realizadas pesquisa às bases de dados PubMed, Google Acadêmico e SpringerLink que buscou identificar estudos publicados sobre o assunto, utilizando artigos no formato original e de revisão consultados em 2016. Observou-se que os ácidos graxos n-3 podem atuar inibindo a síntese dos mediadores inflamatórios derivados do ácido araquidônico (AA) nos quadros inflamatórios, reduzindo a dor e diminuindo o recrutamento de células sanguíneas inflamatórias. A ação do n-3 se dá pelo aumento das prostaglandinas de série 3 e redução da produção de tromboxano A2 e leucotrienos de formação B4, promovendo assim um efeito anti-inflamatório. Uma vez que as atividades físicas de alta intensidade são consideradas fontes de estresse com possiblidade de ocasionar lesões musculares, inflamações e formação de espécies reativas de oxigênio em excesso, o ômega 3 pode auxiliar atenuando esses quadros. Os ácidos graxos poliinsaturados n-3 estimulam o metabolismo lipídico e turnover de lipoproteínas. Além disso, a sua maior ingestão vem acompanhada do aumento da concentração desses ácidos graxos no plasma, que é importante para a dinâmica imunológica do indivíduo e na proteção contra eventos cardiovasculares. Os estudos apontam que a suplementação com ômega 3 para atletas pode atenuar o estresse oxidativo ou reduzir a quantidade de lesões celulares decorrentes de exercícios físicos exaustivos. No entanto, estudos mais abrangentes devem ser realizados a fim de evidenciar esses achados, estimar a suplementação e elucidar possíveis efeitos adversos.