Abstract:
Este trabalho aborda a questão do labor e sua importância como categoria central na vida
do indivíduo que, ao estar inserido no modelo de produção capitalista, mais propriamente
nos moldes de acumulação flexível, têm esse sistema constituindo seu modo de viver e
subjetivar. Trataremos como ponto principal as novas formas de organizações do trabalho e
como elas repercutem na subjetividade do trabalhador. Há algumas décadas a sociedade
vem sofrendo profundas transformações nas relações de trabalho, assim, surgiram e vêm se
mantendo as novas formas de organização do trabalho: trabalhos terceirizados, temporários
ou parciais, dentre outras formas assemelhadas de informalidade e precarização. Diante da
reorganização financeira e tecnológica proporcionadas pela reestruturação produtiva, houve
a diminuição do proletariado industrial, tomando outro formato, e o crescente investimento
no setor de prestação de serviços que acarreta o processo de enxugamento das
organizações, marcando este momento por expressões como flexibilização e racionalização.
Com a implantação do modelo japonês, também conhecido como toyotismo, tem-se a
necessidade do advento de um trabalhador mais capacitado, multifuncional, polivalente e
participativo. Essas exigências irão causar insatisfações, sofrimento físico e psíquico,
reduzindo o trabalhador em função da supervalorização do capital em detrimento do
humano, fazendo com que esse processo repercuta na sua subjetividade. Diante de tais
transformações, o capital mantendo seu status de dominação produtiva e societal captura a
subjetividade do homem que trabalha, tornando-o alienado não só na produção, como
também no consumo e lazer. Nessa alienação, o trabalhador entra na lógica do capital, de
pessoas maleáveis e flexíveis, que abrem mão de valores e princípios para continuar
empregado, acarretando em seqüelas na sua constituição, trazendo danos a sua saúde
mental. Deste modo, os trabalhadores se deixam moldar por ideais massificadores,
introjetando modos de ser e viver, de forma que nessas idas e voltas de personagens para
agradar o mercado de trabalho, o indivíduo não mais se diferencia, tornando-se, o
personagem.